segunda-feira, 27 de abril de 2009

À MINHA AMIGA LÚ…



Amizade… talvez dos sentimentos mais complexos e difíceis de definir… Amizade tal como se define, será “afeição recíproca entre dois entes… boas relações”. Contudo, permito-me a acusar a amizade que é decretada de boca em boca… por aí… que tão facilmente se assume sem que nela seja depositado o compromisso interior…

Muitas vezes, entre diálogos diversos, insurjo-me em defesa da amizade… a verdade é que chamamos comummente amigo a alguém sem que entre os corações (o meu e o do outro) residam o afecto… aquele afecto que nos aflige e nos leva a tomar a posição da protecção, do cuidado, da necessidade de declarar ao alvo da nossa amizade o quanto é importante para nós… Ter a capacidade de “desenhar” no gesto… no movimento, os sentimentos que habitam no coração… Gosto de ti! És importante para mim! Simples! Não é preciso verbalizar se não for essa a forma pela qual conseguimos manifestar esses afectos… basta agir e fazer sentir no outro o que mora cá dentro… em nós…

Fico triste quando é declarada a desacreditação neste sentimento… a Amizade. Lamento o vazio daqueles que durante a sua vida não encontram este “porto seguro”… Eu encontrei. Sou feliz porque de formas diferentes conto com afectos… não muitos, até porque, como tudo o que na vida é precioso, existirá em pouco número. Não falo das pessoas com quem normalmente e quase sempre (quando estamos) gostamos de estar. Falo das relações que nos permitem a manifestação dos excessos… os nossos excessos. Os excessos que nos são legítimos. Os excessos que nos permitem o equilíbrio… coração aberto sem defesas nem artifícios. CUMPLICIDADE. PARTILHA.

A ti querida amiga, dedico o meu cuidado, o meu afecto, a disponibilidade do meu coração. Gostas de mim. Conto com isso agora e sempre, apesar da distância física que nos separa. Sei que não foi por acaso que as nossas vidas se cruzaram… desde a primeira vez houve encontro… não o encontro físico… o encontro entre as almas… a recepção e retribuição de algo que nos levou à mais profunda compreensão de nós mesmas… a partilha de algo que muito raramente ou nunca é conseguido. A Participação mútua no crescimento da outra… a leitura das mais subtis sensações, sem que daí emirja o comprometimento… a censura no sentir… sentir apenas… sem culpas nem obrigações… intimidade… sem medo de ser julgada, humilhada, invejada ou dominada, segurança de que a confiança não será traída…

A relação humana pode, de facto, tornar-se muito forte… tão forte que a separação física torna-se ridícula… torna-se um nada perante a proximidade deste sentir… Gosto de ti. Encontramo-nos por aí… Encontramo-nos, quando pensares em mim… quando eu pensar em ti… para sempre… Eu estou aqui. Tu estás comigo. Moras em mim.

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