quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Dias daqueles...



Confesso, que começo a sentir um grande desgaste... Desgaste de paciência, tolerância, compreensão... (ou melhor... obrigação de compreender...)

Confesso, que me sinto com "baterias fracas"... neste momento queria conseguir ser egoísta e utilizar de algum altruísmo em relação ao que se vai passando em meu redor... Farta de dissertar... tentar explicar... Pedir atenção para questões que são essenciais a todos nós... Esforço imenso e "decapante" da alma...

Confesso, que até eu começo a ficar contaminada com uma certa falta de vontade para prosseguir o caminho que tenho vindo a traçar... Cada meta parece mais difícil que a outra...

Talvez amanhã, este sentimento já se tenha dissipado e me permita olhar o meu "eu" com mais motivação, mais garra, mais objectividade, mais acção!

Assim espero e assim será...

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

2 De Outubro

Este é o dia do meu aniversário e, curiosamente de Gandi também...
Aqui vai a citação desse Dia:

"Devemos expandir o círculo do nosso amor até que ele englobe todo o nosso bairro; do bairro, por sua vez, deve desdobrar-se para toda a cidade; da cidade para o estado, e assim sucessivamente até o objeto do nosso amor incluir todo o universo." - Mahatma Gandhi


Lindo!...


sexta-feira, 7 de agosto de 2009

30tices...



Hoje,
Uma amiga perguntou-me se tinha sido mordida por algum Vampiro... Razão para tal? Simplesmente lhe contei um pequeno segredo... coisas de gajas trintonas... ui!!!
De qualquer modo... aceito a questão com bastante tranquilidade... pois não sei ao certo, se, de facto, terei sido mordida por algum... O poder do "Conde" transcede qualquer percepção humana... os sentidos anulam-se... talvez tenhas razão amiga... De pantera a vampira, os deliciosos "estragos" causados seriam semelhantes... É apenas uma questão de habitat... se tiver de escolher... sabes qual será...

Que saudades deste recinto... haaaaaaaaaaaa!!!!!!!!


Que nostalgia a minha...
Tantas saudades... recordações... momentos tão bons...
Para o próximo ano não pode falhar...

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Finalmente, consigo dizer algo sobre MJ...






























OK! Está na hora! Michael Jackson...


Todos os "Eus" que me conhecem (ou quase todos), sabem da minha paixão pelas músicas de Michael Jackson... Não quero aqui repetir tudo aquilo que já foi dito sobre o Rei, mas torna-se algo inevitável não o fazer, apesar de achar, que nem sempre se fala do coração... Falar com o coração... gostar de alguma coisa ou alguém, subentende alguma dedicação, protecção, cuidado. O Rei está morto e agora todos aqueles que até achavam uma "pirosice" ouvi-lo, vibram quando falam Dele... É o ser humano no seu melhor (risos)...


Quem me conhece, sabe o quanto "me matava" por um poster de MJ. Lembro-me de ter uns 5 anos e acompanhar a minha avó às consultas médicas. Na clínica onde ia, haviam imensas revistas velhas, passadas por mim a pente fino, onde discreta e cuidadosamente, eu abria os agrafos e retirava os Posters que me preenchiam de alegria. Contudo, tinha de os guardar religiosamente numa caixa , pois a minha mãe não me deixava pendurá-los nas paredes do meu quarto. Frustrante! Mas valia-me o meu ar orgulhoso e imponente, quando os mostrava às minhas amigas nessa altura. Lembro-me de uma conversa com uma delas. Foi assim:


Eu: "Hei, Paulinha, vê só o meu poster novo (MJ)..."
Paulinha: "...o que é que tem? Ele é mesmo feio..."
Eu: (armada em muito mais adulta e a pensar "por cima", he, he, he!!, disse eu:) "... sabes lá o estás a dizer... quando fores da minha idade logo percebes... ele é demais... é tão lindo!" (para que conste, a Paulinha e eu, temos 10 meses e um dia de diferença... he, he, he!!)


Este diálogo, embora infantil, tem sido o meu discurso (claro que adaptado ao formato adulto) durante todos estes anos até hoje. E vai continuar, pois passada esta pandemia de opiniões "super benevolentes" e de admiração extrema sobre o MJ, irá regressar ao que era (pedófilo, preto que quiz ser branco, etc, etc.). Aliás, acho deprimente, ultrajante, a pobreza de espírito de todos aqueles que se deliciam com as novas piadas sobre MJ. Acho no mínimo degradante... de vómitos mesmo... assim é o ser humano... muitas vezes incapaz de retirar da coisa ou da pessoa, a sua verdadeira riqueza, o contributo que dá e que deixa. Pergunto: "Quantas pessoas conhecemos, que se tenha preocupado com tudo o que existe de mais inquietante no mundo... As PESSOAS, a sua pobreza, as Crianças, os Animais, A saúde do Planeta. Quem ouve a música de MJ sabe do que falo. Para não falar de toda a sua intensidade, a sua alma inteiramente revelada nos palcos, nos telediscos ou videoclips... enfim... quando cantava!


Boa parte das pessoas que conheço, zombavam, quando em qualquer bar ou discoteca, ao ouvir o som do Rei, eu ficava extasiada ao ponto de me arrepiar e mudar completamente o meu estado de espírito, caso não fosse o melhor na altura... é sempre assim! Aquele grito inconfundível! Adoro! (Aaaau!!! Hiiii-hi!) Não resisti (risos).


Para tentar finalizar esta confidência (confidência para alguns, pois quem convive comigo, sabe da adoração que tenho por a pessoa de MJ e pela sua música, dança, estilo, singularidade inconfundível, verdadeiramente inimitável), digo apenas, que fiquei, de facto, muito sensibilizada com a sua viagem até aos anjos, que é onde merece estar... sentado numa nuvem gigante, comendo algodão doce e sorrindo cá para baixo, orgulhoso do legado que nos deixou, e que vai continuar a fazer feliz, todos aqueles que partilham comigo, o sentimento que aqui deixo.


Não digo Adeus, porque não faz sentido... Digo: até à próxima curtição ao som da tua música, que sempre será também minha... em qualquer hora ou lugar que me apeteça.

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Agressividade como forma de alcançar o desejo...





















Gostava de poder "roubar" todo o poder deste ser... Sim. Poder. É disso que se trata. É o poder sobre o "outro" que todos procuramos. Nós, animais.


Podendo escolher, seria uma Pantera Negra... Linda!


Mas o que mais mexe comigo quando olho esta imagem (igual a tantas outras, mas com particularidades que se associam a sentimentos por mim escondidos, ou simplesmente latentes, pela sua natureza anti-regra, anti-norma, desviante de tudo o que outros inventaram e que eu não escolhi...), é que para além dos sentidos aguçados, a sua força, a velocidade com que se desloca, a sua inteligência, é um animal raramente visto... raramente aparece... uma beleza imensa... Beleza inexplicável... quase absurda...


Imagino-me (com alguma vaidade, confesso), na pele de um tão belo animal como este...


Enquanto mulher, quando olho este imagem - repito: igual a tantas outras -, vejo e sinto algo que não consigo explicar... uma "sede", uma fome de vida... Fome, sentida com agressividade...


A Agressividade, contrariamente ao seu significado, pouco nobre perante a "plateia social", é uma característica, um sentimento que deve permanecer algo "controlado", mas nunca destituído da força que a define... Agredir... é a natureza do animal... mesmo que Homem...


Ninguém me convence com a sua simples generosidade, a sua simples bondade, simpatia, "amizade", atenção exagerada sobre os outros... enfim... um poço de sentimentos nobres e puros. Mentira! Estamos no campo da pura passividade. Não existe bondade e afins sem agressividade. Quem não assume esta carateristica, própria de todos os "Eus", é agredido simplesmente... Vítima de si próprio, pela aceitação e desejo da atenção dos "AGRESSORES", que apesar de criticados, deixam rasto de inveja pela forma como evidenciam a sua presença... o seu querer... Querer só para si... Poder!


Atrevo-me a desejar o poder da Pantera... aquilo que ela me transmite... Sede, Fome, Desejo de tudo o que ainda não "provei"... com o corpo e com a alma... Atrevo-me, a tornar mais refinado tudo aquilo que já experienciei... tudo aquilo que explorei... que me tornou agressiva... agressiva por ser a única forma de aceder ao mais íntimo "Eu"... Matar em mim, tudo aquilo que contaminou a minha natureza selvagem... A NOSSA NATUREZA SELVAGEM! - A Normalidade. O Guião da Moral. A opinião indesejada e inoportuna. O Olhar crítico sobre o Poder que "fracos" invejam no agressor...


Invisto em mim. Invisto em quem gosto... mas não pretendo desgastar-me em prol da incapacidade do "outro" em se ver, se sentir como animal que é...


Resta-me assim, tentar actuar como a Pantera... Aparecer, Fazer sentir a sua presença e Desaparecer...

Tinha muito mais para dizer. Contúdo, preciso de "adubo"... da agressividade do "outro"... Desafiem-me a pensar o contrário...









quinta-feira, 30 de julho de 2009

Esmagador de Crâneos... Alguém sabe onde se compra? Fazia-me jeito...


O modelito parece-me um pouco ultrapassado... Talvez alguém o possa aperfeiçoar... sei lá...! Quem sabe, se tivesse um exemplar mini para outro tipo de crâneo... tipo... em versão mole...!!!
Fica a sugestão a uma nova patente a registar ... Eu compro!
He, He, He!!! Brincadeirinha!!!! (séria, claro...!)

Release of Demons




Não poderia escolher melhor imagem, para definir o meu estado de espírito no momento...
Agora, a imaginação é vossa...
... ... ...

terça-feira, 7 de julho de 2009

Brindo à vida...




Hoje, após uma enorme temporada de indecisões, preocupações (que ainda "respiram", por isso vivem), recuperei alguma tranquilidade e boa disposição... recuperei a fé na vida e no ser humano, apesar de ferida e muitas vezes desacreditada. É óptima esta sensação de alívio. O alívio de não me sentir estagnada e sem esperança em algo melhor e, de certa forma, "maior"... Maior nos sonhos e na disposição para os transferir para o real... É neste mundo (o real), que devemos desenhar os nossos projectos. Deixar os sonhos em "banho-maria" nunca será solução para quem quer vencer... para quem quer e deseja dar o passo seguinte... aquele passo que está em falta e que tanto influencia (mesmo que de forma inconsciente) tudo aquilo que desejamos para nós e para dar ao "Outro"... Falo em "perseguição". Perseguição de mim e dos meus intentos, dos meus objectivos, tudo aquilo que perspectivo poder fazer-me feliz (ou pelo menos manter-me a maior parte do tempo nesse estado de "graça").
Tenho sede agora... sede de vida, de paixão, de algo que provoque combustão no meu futuro... combustão em tudo aquilo que quero fazer... combustão pela sua intensidade no sentir... Sorrir com a alma... como que assitindo a um concerto de violinos, harpas e flautas meio roucas pelo esforço de continuar tocando, tocando... prazer com dor... Dor provocada pelo cansaço do prazer... VIDA! Vida no seu estádio mais primitivo... Sentir prazer pelas coisas mais insignificantes ao olhar do outro... De facto, se pudesse e tivesse essa opção, nunca escolheria regressar à adolescência (que é bem capaz de nos acompanhar pela vida fora, pelo descuido da aprendizagem), se isso representasse esquecer toda aquela bagagem que me permite (desde há algum tempo) fazer a leitura das coisas, dos acontecimentos, das pessoas, tal como o faço no momento... Brindo à vida! Brindo, porque me sinto em condições, de certa forma especiais, de combater qualquer dificuldade que se atravesse no meu caminho, à excepção, claro, da perda do "outro"... aquele que para mim tem um significado indefinivel - aqueles que moram no meu coração com residência perpétua. Esse é um conhecimento que não desejo, mas completamente incontornável... sei disso. Não sei como será. Prefiro centrar-me no aqui e agora. Agora estou brindando. Agora estou em graça. Agora vivo em pleno... neste mesmo momento. Amanhã, por agora, está longe.

No meu rosto e na minha alma pode lêr-se: Fechado para Jubilo!








terça-feira, 2 de junho de 2009

A grande Peça de Teatro que é a Nossa Vida...


Gostaria de partilhar algo convosco… apesar de saber que dificilmente me respondem… cá vai…
Não sei ao certo se se trata de alguma espécie de sentimento relacionado com a “recta dos 30”… talvez… A verdade é que ultimamente olho à minha volta e tenho a sensação que pertencemos todos a uma grande peça de teatro. Posso tentar explicar (se é que isto tem explicação) …


A idade deveria atribuir mais sabedoria, mais previsão sobre os acontecimentos, mais exigência, mais segurança, mais tranquilidade… enfim… tornar o ser humano mais completo nas suas relações e interacções com o meio que o envolve, sejam as pessoas, as coisas ou acontecimentos. No entanto, não é isto que observo… talvez porque ainda não tive a oportunidade de me envolver mais com o “mundo”… e quando digo mundo, falo em tudo aquilo que ainda me falta descobrir e conhecer (talvez quase tudo!) … Contudo não deixamos de poder ser conhecedores e sábios sobre o mundo que nos pertence… o nosso! É sobre este “micro-mundo” (que é a nossa própria existência e daqueles que fazem parte dela) que vos quero falar…


Poderia e vou começar por retomar a expressão que utilizei para definir um pouco a maioria dos comportamentos que observo no meu mundo – “A Grande Peça de Teatro” da qual teimamos em participar (o que acho fantástico, atendendo à criatividade como característica nobre pertencente ao ser humano). Apenas tenho um “quê” de confuso e de perplexidade e em certa medida até ininteligível…
Pergunto: Qual a razão de eu sentir que a esmagadora maioria dos seres humanos (do meu mundo) age de forma… nem sei como dizer…. age de forma absolutamente “falsificada”? Será este o termo? O que quero dizer, é que as pessoas não me parecem genuínas, não me parecem verdadeiras… parece que defendem coisas em que não acreditam…. Parece que agem de acordo com modelos preconcebidos… com autoria no “outro” e não de acordo com o que sentem verdadeiramente… Mas qual é o problema?! Não entendo! Porquê esta dificuldade em assumir posições? Em dizer exactamente o que sente em relação à pessoa, à coisa, ao acontecimento? Não seria bem mais fácil agir desse modo? Não seria bem mais gratificante para nós sabermos exactamente o impacto que causamos nos outros? Será necessário “vestir as mil máscaras”, perante as mil situações com que nos deparamos no dia-a-dia? Será mesmo necessário deixar de ter identidade própria para que conste na avaliação do “outro” sobre nós, o quanto somos educados e afáveis? Não estaremos a confundir Sinceridade com Falta de Educação e Educação com Passividade?


Pois eu acho que existe uma enorme confusão entre termos e percepções dos mesmos… Por norma, todos aqueles que têm um desempenho perante o “outro” de certa forma agradável – logo educado, mesmo que ilegítimo - é sempre colocado no “pedestal” das melhores pessoas; aqueles que se regem pela honestidade dos seus sentimentos e opiniões, pela própria avaliação, pela própria percepção, é a denominada “persona non grata”, porque a sua sinceridade e honestidade é entendida como “deseducação”, e agressividade – logo ofensivo e provocador (para não dizer marginal) pelo facto de ser verdadeiro.


É isto que somos e sentimos?


Passaremos nós a vida a representar neste grande palco que é a vida?


Os “Eus” que pela sua honestidade nos actos e nas palavras, não têm lugar na construção de boas relações com os “outros” pela ausência do “guião” da “Peça”, ou simplesmente porque a rejeitam e a ela se opõem?!


Se alguém tiver as repostas, ou simplesmente quiser partilhar a sua opinião… é muito bem-vindo!

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Vazio




Vazio na alma.
Vazio no coração.
Vazio de esperança.
Vazio em “certezas” que se dissolvem no tempo…
Vazio em "Eus"que temos como certos…



Vazio nas pessoas que não entendem o quanto precisamos delas em alturas de pura vulnerabilidade emocional...


Não deveríamos ter que lhes dizer por A+B o que estamos a sentir... quando há uma verdadeira cumplicidade, sentimos no outro o quanto precisa de nós. Sentimos na ausência do seu sorriso, sentimos na forma como mexem as mãos, sentimos na tristeza dos seus olhos, na fragilidade da sua voz, nas rugas que permanecem imóveis na sua testa, como que a segurar todos os pequenos músculos da face para que uma única lágrima não seja vertida...



É a segunda vez que experiencio este vazio… precisamente quando a alma está a pedir socorro… Contudo, é mais um pedaço de sabedoria que se retira desses acontecimentos. De facto, não somos tão importantes na vida dos outros como gostaríamos de ser. Fica comigo o sentimento de que não devo insistir muito mais no meu investimento no “outro”… no seu bem-estar, nas minhas preocupações para com os seus sucessos… Muitas das minhas angústias têm origem na no mal-estar do "outro". Desisto, pois não tenho o retorno desejado e altruísta não posso continuar a ser...


Cada um por si! Eu por mim…


É assim que deve ser! Poupa-nos sofrimento. As desilusões são, de facto, filhas das ilusões que criamos… Já não deveria ficar magoada...


Mia culpa! Mia máxima culpa!

sexta-feira, 8 de maio de 2009

"Bibi"…











Há bastante tempo que penso em escrever sobre a nossa amizade. Contudo, como escrever sobre um processo tão complexo e intrincado? Como definir tudo aquilo que nos une? Como colocar na escrita, tudo aquilo que já vivemos juntas? Já tentei. Não consegui!

Todas as frases que construí ficaram pobres, estéreis e desprovidas do verdadeiro sentimento que partilhamos. Embora sujeita à subjectividade de entendimento (dos outros) quanto ao termo que escolhi para definir a nossa relação de afectividade, arrisco! Arrisco dizer que não és minha amiga! Arrisco dizer que fazes parte de mim… do meu ser, da minha vida… Do meu “Eu”! Não saberia viver sem a tua presença na minha vida. Não saberia viver sem o carinho, cumplicidade e respeito (e mais todas as coisas completamente indefiníveis) que partilhamos…
Denego a possibilidade de partilharmos uma amizade como a maioria das amizades, porque a nossa transcende o contágio da maldade. Transcende a tragédia do descuido para com a outra. Transcende a possibilidade de alguém considerar destrui-la… É inútil tentar. Já tentaram e conseguiram… sabem o quê? Reforçá-la e torná-la simplesmente inabalável!
Assim, atendendo a esta minha incapacidade de definir o sentimento que tenho por ti, dedico-te algo que penso definir um pouco do que tem sido o “adubo” do sentimento que partilhamos… penso que foi assim que sempre fizemos… penso que foi assim que crescemos… foi assim que nos tornámos aquilo que somos para a outra…
A ti, dedico esta reflexão. A ti dedico esta verdade que desde sempre esteve presente na nossa relação…
Aqui vai:

Censura Amiga
"A amizade penetra nos menores detalhes da nossa vida, o que torna frequentes as ocasiões de ofensas e melindres: o sábio deve evitá-las, destruí-las ou suportá-las quando necessário for. A única ocasião em que não devemos deixar de ofender um amigo, é quando se trata de lhe dizer a verdade e de lhe provar assim a nossa fidelidade. Porque não devemos deixar de sobreavisar os nossos amigos, ainda quando se trate de os repreender. E nós mesmos devemos levar isto em boa vontade, quando tais repreensões são ditadas pelo bem-querer. Todavia, sou forçado a confessá-lo, como disse o nosso Terêncio no seu Adriana: «A benevolência gera a amizade; a verdade, o ódio». Sem dúvida a verdade é molesta, se produz o ódio, este veneno da amizade. Mas a magnanimidade é-o ainda mais, porque para a indulgência culpável, pelas faltas de um amigo, ela deixa-o precipitar-se nas suas ruínas. Mas a falta mais grave é a que despreza a verdade e se deixa conduzir ao mal pela adulação. Este ponto reclama toda a nossa vigilância e atenção. Afastemos o ácido das nossas advertências, a injúria dos nossos reproches; que a nossa complacência (sirvo-me voluntário da expressão de Terêncio) seja farta de urbanidade; mas longe da nossa baixa adulação, este auxiliar indigno de um amigo e mesmo de um homem livre. Lembremo-nos que se vive com um amigo diferentemente de como se vive com um tirano.
Quanto àquele cujos ouvidos se fecharam à verdade ao ponto de não entender mesmo a boca do amigo, é preciso desesperar da sua salvação. Conhece-se a frase de Catão que, entre outras, ficou proverbial: «A amargura dos nossos inimigos, serve-nos bem mais que a doçura dos nossos amigos: aqueles dizem-nos quase sempre a verdade; estes, jamais». O que lia de desarrazoado é que os amigos que se advertem não se encolerizem do que deve causar-lhes pena, e o façam ao contrário do que deve, não lhes causar nenhuma. Em lugar de se encolerizar de haver mal agido, eles o são de ser repreendidos. Enquanto que, ao contrário, eles deveriam afligir-se da falta e alegrar-se da censura".
Marcus Cícero, in 'Diálogo sobre a Amizade'



segunda-feira, 27 de abril de 2009

Momentos de Solidão...





Porquê este sentimento de que nada vale a pena? Porquê esta desacreditação? Hoje, sinto-me particularmente sem vontade, sem presença perante o “outro”… anulada e sem interesse… Quero fazer uma viagem ao meu interior… perceber o que está mal, o que me incomoda… Preciso de ar! Preciso que o génio da lâmpada apareça e me conceda apenas um desejo… Quero descobrir este meu incómodo perante a vida. Não entendo. Tenho a sensação que algo está para acontecer, mas não encontro pistas concretas, capazes de me orientar… de me preparar… Não estou a ser capaz… algo me escapa… Preciso de uma mão que me convide à reflexão… que me ajude a encontrar um caminho até mim…
A verdade, é que neste momento ouço gente à minha volta, passam por mim… detecto a sua presença, mas uma presença distante… muito longe... O que é isso? Pessoas que nada significam para mim, que nada significo para elas… são apenas uma outra forma de paisagem… talvez como as ondas no mar, tal como Eça de Queirós nos fala delas em certo momento: “Crescem, morrem sem que se tornem diferenciáveis umas das outras, sem que nenhuma atraia mais particularmente a nossa simpatia enquanto rolam, sem que nenhuma, ao desaparecer, nos deixe uma mais especial recordação (…)”.
O meu receio? É fazer da minha alma um jardim imenso… florescido… luxurioso… porque sei que ao proteger demasiado o meu jardim, poderei torná-lo inacessível por completo… fechado! Temo que no meio das suas flores e perfumes o meu “Eu” descubra o delírio… assusta-me poder tornar-me louca… afastada da realidade por não conseguir suster alguns aspectos do mundo… das pessoas… que começam a torna-se insuportáveis e, escusado será dizer que quem participa num delírio, dificilmente o reconhecerá como tal… Por outro lado, apesar de por vezes “pedir socorro” na busca de mim, procurar o encontro com o “outro”, grito pela solidão enquanto retiro da minha alma, pela necessidade de me renovar e me munir de forças para o real… Encontro-me na linha. A linha do meu equilíbrio. Temo a queda… O fecho das portas do meu jardim.

À MINHA AMIGA LÚ…



Amizade… talvez dos sentimentos mais complexos e difíceis de definir… Amizade tal como se define, será “afeição recíproca entre dois entes… boas relações”. Contudo, permito-me a acusar a amizade que é decretada de boca em boca… por aí… que tão facilmente se assume sem que nela seja depositado o compromisso interior…

Muitas vezes, entre diálogos diversos, insurjo-me em defesa da amizade… a verdade é que chamamos comummente amigo a alguém sem que entre os corações (o meu e o do outro) residam o afecto… aquele afecto que nos aflige e nos leva a tomar a posição da protecção, do cuidado, da necessidade de declarar ao alvo da nossa amizade o quanto é importante para nós… Ter a capacidade de “desenhar” no gesto… no movimento, os sentimentos que habitam no coração… Gosto de ti! És importante para mim! Simples! Não é preciso verbalizar se não for essa a forma pela qual conseguimos manifestar esses afectos… basta agir e fazer sentir no outro o que mora cá dentro… em nós…

Fico triste quando é declarada a desacreditação neste sentimento… a Amizade. Lamento o vazio daqueles que durante a sua vida não encontram este “porto seguro”… Eu encontrei. Sou feliz porque de formas diferentes conto com afectos… não muitos, até porque, como tudo o que na vida é precioso, existirá em pouco número. Não falo das pessoas com quem normalmente e quase sempre (quando estamos) gostamos de estar. Falo das relações que nos permitem a manifestação dos excessos… os nossos excessos. Os excessos que nos são legítimos. Os excessos que nos permitem o equilíbrio… coração aberto sem defesas nem artifícios. CUMPLICIDADE. PARTILHA.

A ti querida amiga, dedico o meu cuidado, o meu afecto, a disponibilidade do meu coração. Gostas de mim. Conto com isso agora e sempre, apesar da distância física que nos separa. Sei que não foi por acaso que as nossas vidas se cruzaram… desde a primeira vez houve encontro… não o encontro físico… o encontro entre as almas… a recepção e retribuição de algo que nos levou à mais profunda compreensão de nós mesmas… a partilha de algo que muito raramente ou nunca é conseguido. A Participação mútua no crescimento da outra… a leitura das mais subtis sensações, sem que daí emirja o comprometimento… a censura no sentir… sentir apenas… sem culpas nem obrigações… intimidade… sem medo de ser julgada, humilhada, invejada ou dominada, segurança de que a confiança não será traída…

A relação humana pode, de facto, tornar-se muito forte… tão forte que a separação física torna-se ridícula… torna-se um nada perante a proximidade deste sentir… Gosto de ti. Encontramo-nos por aí… Encontramo-nos, quando pensares em mim… quando eu pensar em ti… para sempre… Eu estou aqui. Tu estás comigo. Moras em mim.

sexta-feira, 3 de abril de 2009

Crise ou Consequência?

























Crise… palavra do dia, da noite, em casa, no café, na peixaria, no cabeleireiro, no trabalho, no ginásio e no raio que a parta… Chega! Chega deste veneno, deste ambiente poluído e cheio de inconsciências, de projecções de culpas e de responsabilidades!


Será que ninguém vê, ninguém sente, todos perderam a noção do real?


Ainda ninguém se perguntou onde está a sua cota (grande cota!) de responsabilidade na situação que avassalou a sua vida?! Será que estamos esquecidos de tudo aquilo que temos vindo a fazer ao longo dos anos e que não podíamos? Pois é! Eis as consequências de muitos dos nossos actos. E não me venham com a história do Governo e afins… Onde fica o Governo da nossa vida, da nossa casa do nosso “Eu”?


Será que se abateu sobre todos os “Eus” uma tremenda falta de memória? Ninguém se lembra de quando gastou mais do que podia gastar? Despender muito, muito mais do que a sua bolsa lhe permitia? Mais do que alguma vez poderia assumir (a curto, médio e longo prazo)? Aquele sofá que levaria 5 anos a pagar, mas que apenas lhe custava umas dezenas de euros por mês… aquele carro, que apesar da sua prestação mensal de “uns quantos “valentes” euros (à partida sustentáveis), o obriga a assumir esse valor durante 6/7 anos…todos aqueles cosméticos de marca, a que facilmente nos habituamos; aqueles produtos dos mais variados géneros que tanta falta não fazem (e que acabam por consumir uma boa parte do orçamento disponível na família), a casa de sonho devidamente mobilada com todos os extras “XPTO” (porque não há nada que os amigos ou vizinhos tenham que outro “Eu” não possa ter!) … aquele LCD com não sei quantas pulgadas e milhentos pixels (sem os quais é impossível ter uma excelente imagem), o telemóvel topo de gama com ecrã x e com funções y (porque não basta que o telefone faça chamadas!), cujos carregamentos têm obrigatoriamente de ser feitos… (pois não ter saldo no “bicho” é uma vergonha!) Querem mais? As madeixas que custam os “olhos da cara” e quem sabe “do dito cujo”, mas que têm de ser feitas de 4 em 4 meses (porque o cabelo sem madeixas está fora de moda! CLARO!) As irresistíveis “lojas dos chineses”, dos “150”, dos “300” (ponto de paragem obrigatório – comprando as mais variadas banalidades, porque é barato, claro!)... Enfim… penso que me estou a esquecer de mais umas “mil e quinhentas coisas” super necessárias e imprescindíveis… isto muitas vezes em situação de precariedade no trabalho ou vencimentos que pouco ou nada ascendem aos 450 euros mensais, mas que, têm exactamente o mesmo valor quando se aufere 600, 700, 800, 900 quando as pessoas simplesmente não aceitam o tamanho do seu “lençol” e tentam “esticá-lo” sempre um pouco mais até que… Chega a Crise! A famosa senhora! Agora, o que necessita de ser “coberto” transcendeu a capacidade de “tecto”. Não será isto? Serei eu assim tão injusta e inoportuna por fazer tais observações? Ou simplesmente suponho, que foi encontrada uma boa forma de apontar o dedo para o que quer que seja senão para si próprio? Um excelente bode expiatório (neste caso uma grande “cabra” expiatória) para o mal de cada um…? É que, quem tem “boas almofadas” capazes de suportar os mais valentes tombos não está muito preocupado! Preocupados estão aqueles que “inventaram” ou se iludiram pelo facilitismo e garantia (que ninguém garantiu) de “puffs” mágicos que mais não são que “cimento armado”.


Aceito, de facto, que a publicidade é agressiva, tal como se proclama por aí, que a Banca (que vende dinheiro – é esse o seu papel) seja muitíssimo astuciosa no seu processo de conquista do consumidor, nas estratégias que utiliza para activar o “laboratório das necessidades”, aquelas necessidades que se fundamentam na imagem que todos nós queremos “vender” gratuitamente a outros.


Não estou contra (de forma alguma) ao querer mais para si… estou sim, contra a incapacidade dos indivíduos se enquadrarem na sua real condição individual, no seu (por vezes) falso mundo de poder, na sua inconsciência face aos instrumentos de que dispõe para assumir as suas escolhas e decisões pessoais… a obsessão por estilos de vida - à partida insustentáveis e caricatamente construídos por si … Eu Própria me permito a excessos que não correspondem à minha real condição de sustentabilidade perante os mesmos, mas também sei quando não devo, quando não posso... A isto eu chamo de Governo – o meu Governo… ninguém me obriga a ceder a pressões e “agressividades” que me impelem ao consumo. Ninguém me posiciona perante situações, que naturalmente não se harmonizam com a minha capacidade de resposta.


Atenção! Não falo de aceitação nem de “curvatura” perante os sonhos e objectivos de vida. Falo das acções individuais. De responsabilidades inerentes ao livre arbítrio e às consequências daí resultantes. Sejamos mais críticos perante nós mesmos e avaliemos as reais prioridades.


Projectemo-nos com assento no real e concreto. Sejamos mais exigentes, mas menos fantasiosos, porque chegou a altura de pagar a factura de tanta irreflexão, de tanta “firmeza” de actuação perante a inexistência de estruturas sólidas. Sejamos mais responsáveis e menos alucinados pelo “mundo do ter”. Que bom seria “Termos” e “Parecermos” menos em detrimento do Sermos mais!




sexta-feira, 20 de março de 2009

Oportunidades e "Catapultas"




















Seres Humanos. Diferenças e Igualdades. Uma questão de Oportunidades…?!

Oportunidades… tal como as entendo, são caminhos cujo código de entrada está nas mãos de “bestas” e “bondosos”… melhor! … De pessoas que pouco ou nada se preocupam com outros e de pessoas que vivem e dedicam o seu conhecimento a fazer crescer os seus semelhantes… porque é isso mesmo que somos uns dos outros… não iguais! Semelhantes. Todos Pessoas!

Existe maior riqueza do que a Diferença…? Imaginem o mundo, as pessoas… todas iguais, formato único… o que haveria para fazer? O que haveria para discutir? Para mudar? Para aperfeiçoar? Para DESCOBRIR?!

Toda a “diferença” de que vos falo, anulando as questões da “origem geográfica” a que muitos gostam de chamar de raça (pois eu conheço apenas uma entre nós – A raça Humana) reporta-se, neste contexto, para as diferenças entre os próprios seres humanos, quando falamos em Oportunidades (possibilidades, caminhos que poderemos percorrer se alguém permitir). São, de facto, essas “mãos” (dadoras de oportunidades) que nos conduzem em direcção a algo maior… mais abrangente em todos os aspectos… Falo do melhor que existe neste mundo… O Sentido da palavra Humanidade que concebo enquanto fraternidade, harmonia… MÚSICA!!! A música dos corações!

Felizmente tenho encontrado a “melodia” que nos embala e nos protege, ao mesmo tempo que nos catapulta para o próprio “Eu”… Que nos faz seguir as nossas aspirações, que nos conduz e nos leva a desenhar os nossos “quereres”… a reconhecer o nosso valor e a fazermos felizes a nós próprios”… Condição inalienável para fazer feliz aqueles que estão mesmo à nossa beira e aqueles que vamos encontrando por aí… Gosto da ideia de Monopólio neste sentido… Monopolizar os próprios sentimentos. Controlo absoluto sobre a decisão de dividir o que realmente merece ser de “decomposto”… os sentimentos de absurda disposição para os “traços” de egoísmo, do querer só para si…

É “normal” desconfiar… pôr à prova… testar… O que não me parecer digno é não deixar que outros evoluam e progridam quando existe essa vontade… esse querer…
Pois deixo-vos este repto… Lutem! Lutem! Mesmo contra todas as expectativas e previsões derrotistas… Existirá sempre alguém por aí, disposto a ajudar, disposto a partilhar, disposto a construir, a levar-nos pela própria mão…

Contudo, esses “alguéns” só se revelam, encontradas as características com as quais se identificam… porto seguro para o investimento desinteressado no “outro”… Respeito, Confiança, Integridade e muita, muita Humildade para receber o “ensinamento”… a oportunidade porque tanto se espera… Humildade! A verdadeira Catapulta para um futuro promissor e que corresponda aos verdadeiros intentos para (re) habilitar, de alguma forma, todos aqueles que perderam o sentido da sua existência ou simplesmente levá-los a reinventá-la ou quem sabe ainda descobri-la pela primeira vez…

Não é um desafio enorme? Não é de facto um dos pontos de partida para que cada um nós saiba dar sentido ao seu “Eu”?

Não resisto a plagiar uma das frases de Machado de Assis, um misto de Romancista com “queda” para o Realismo… “Tenho prazer em ser vencida quando quem me vence é a razão, seja quem for o seu procurador”.

É esta a verdadeira diferença entre os Seres Humanos! Mera questão de Oportunidades… Inteligência para as identificar… Desprezo absoluto pelos “pontos finais” que nos impõem… pelas mais variadas formas de sentimentos de “certezas absolutas” seja em relação a qualquer que seja a dimensão da nossa vida, à excepção de uma. A certeza que tudo na vida tem um prazo… ponto assente e indubitável… certeza única que deveremos ter sempre presente em nós… O prazo da nossa existência física e mental, que só será possível superar, caso façamos algo de maior… Deixar na memória de alguém a verdadeira riqueza… A música que une os Corações! O sentimento único de que, apenas somos Parte de um Todo e, que se nos tomamos pelo Todo, seremos Eternamente Imperfeitos… Eternamente Insatisfeitos… Eternamente sozinhos… Nunca! Nunca realmente Existimos fora nós próprios...

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Estranhos momentos…



Apesar de toda a força e confiança que me acompanha aquando dos momentos mais delicados, existem pequenos espaços no tempo em que me apetece permanecer frágil… pela necessidade de não ter que “enfrentar-me”… exigir de mim…


Existem momentos que me induzem à desistência e apego a “soluções fáceis”, impensadas e inopinadas por outros…


…também os chamados fortes e lutadores… veteranos de batalhas (como alguém gosta de me chamar) sentem um enorme desejo de extravasar nos sentimentos e despir a “armadura”… dispensar o “ferro” da alma e libertar a fraqueza…


Sei o porquê destes momentos… desta angústia, desta indefinição que me persegue e corrói por dentro… na carne… Dou por mim a “esmagar” as próprias mãos e a sentir uma enorme tensão muscular… testa franzida e olhos fitos no nada…


Poderei eu obstar e assumir este “Eu” inobservado por todos? Aqueles que exigem de mim de forma já firmada… condicionada pela percepção da “lutadora veterana”…
Apenas queria espaço para me envolver com os meus estranhos momentos… comuns a tantos outros que andarão por aí… mas vistos como não condizentes com “a batalhadora” de todos os dias…


Que esforço a que me submeto! Que peso enorme! Que sufoco!


Também quero e preciso de ser abraçada e embalada pela tristeza! Preciso banhar-me nas próprias lágrimas… deixá-las cair de forma livre e impedida… há muito que as “acorrento”… há muito que as “condeno” à implosão… rebentamento para dentro… Estranhos momentos estes…


Minha Culpa! Mas também daqueles que esperam de mim sempre acima do normal dos “Eus”… Estranhos momentos estes… que me chamam para dentro de visita à “repartição do coração cheio”… cheio de “lixo sentimental”, que se acumula com o “pó dos dias”…
Permitam-me à interioridade… Quero poder cruzar os braços e colocá-los por cima dos joelhos… ficar em pranto… Equilibra-me…!


Afinal não passo de mais um “Eu” em apuros… mas pela necessidade de me libertar do formato “fortaleza intransponível”… Nada disso! É injusto e egoísta! É exigir do “outro” um comportamento contrário à natureza humana… Todos precisamos de nos renovar… e, renovar-nos é permitir-nos também a um certo autismo… mesmo que por vezes forçado (choro) …

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Fazer crescer o “Eu”…

Ao contrário do que em tempos pensei… hoje reconheço que não existe a fórmula humana do “dois em um”… existe sim, “Eus” que se confundem e “se impedem” de crescer individualmente. Contudo, não se pode dizer que sejam erros cometidos por si só… existe, de facto, uma força que nos compulsa a seguir certos rumos pela ausência de um próprio… de uma estrutura que nos permita avaliar as questões que a vida nos coloca e que nem sempre (ou quase nunca) a “resposta” é objecto de uma identidade própria… de uma crítica pessoal e única…

Nem seria possível assim Ser… Ser por saber, conhecer, reconhecer, identificar… Decidir… Apenas quando se cresce por dentro e de acordo com a experiência vivida (pelo próprio “Eu”) se obtém a majestosa capacidade para decidir… todas as outras decisões, apenas constituem movimentos viciados e sem vinco interior…

Eis agora o Crescimento… pela experiência de ter seguido e não ter “olhado as laterais”… Mas não considero que a responsabilidade seja de quem marca o caminho a seguir, principalmente quando se trata de crescimento conjunto… a condição que anula o individual… o “Eu” verdadeiro… as próprias necessidades… aquelas que nos fazem cruzar as mãos e levá-las à testa… que nos martirizam a alma e nos puxam “à força” para o interior… esse quarto escuro que nunca ninguém entra sem consentimento (até de si próprio) … A introspecção! Exercício mental quase inexistente entre os “Eus”... Exercício que apenas aprende quem identifica a existência do “Um só”… A INDIVIDUALIDADE…

Apenas um desafio vos coloco:

-Quem se atreve a olhar para dentro de si?
-Quantos de vós olha para si enquanto “dono” de si próprio?
-Será que alguma vez nos sentimos donos de nós próprios? Será? DESAFIO MESMO AQUELES QUE PENSAM QUE SIM, PORQUE POR VEZES CONFUNDEM-SE COM AQUELES QUE SE JULGAM DONO DE ALGUÉM!

Acho que nos andamos a esquecer, que para poder andar lado a lado com o objecto do nosso Amor à que ceder de forma incondicional… absoluta… irrestrita… Ceder ao formato da nossa alma… do nosso querer… do nosso “Eu”… Não seria bem mais fácil, honesto e com probabilidade mínima para morrer em vida…?

Sim! Morrer em vida! A maioria de nós morre em vida para fazer sobreviver quem escolhe por nós! Mas também eles são mortos-vivos porque se alimentam da passividade do seu seguidor…
Decesso absoluto aos “Mortos-Vivos”! Vida para quem quer crescer permitindo o crescimento do “Outro”…

Concluo com “Delfins”:

Quando alguém nasce, nasce selvagem!
Mais que a um país,
Que a uma família ou geração,
Mais que a um passado,
Que a uma história ou tradição,


TU PERTENCES A TI!
NÃO ÉS DE NINGUÉM!

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Caminhos…



Caminhos… é este o tema que nos últimos dias me tem “insultado” a vontade… a disponibilidade para escolher… o livre querer…

Contudo, infelizmente não podemos ceder apenas ao livre querer, porque outros “quereres”… outras necessidades se manifestam… condição que apela ao meu “Eu” para que me apresse, para que me defina… Decisões! Caminhos…

O exercício a que me proponho é tão necessário como injusto… Vejo-me impelida ao mergulho… Imagino uma daquelas paisagens que podemos vislumbrar bem de cima… daquelas que nos apetece assumir o risco… como quem, passo após passo se aproxima do precipício, prevê os riscos… mas pela magnitude da vista não hesita em investir um pouco mais por saber que a compensação de correr o risco nos poderá mudar toda a perspectiva… ver mais fundo… medo, coragem, vontade, hesitação, necessidade… mistos de sentimentos contraditórios… Dificuldade na escolha dos caminhos…

A verdade, é que sei que não poderei “sacar” do “pára-quedas” durante a queda… voltar ao ponto de partida (o agora conquistado) resta-me a escolha entre o salto e a indefinição até que passe… Será que passa? Será que quero que passe…?

Entretanto é impossível não “espalhar cartas”, e distribuir de forma legítima e consentida a possibilidade de “Eus” de quem gosto muito, poderem vir a ser originais e inventarem um caminho alternativo aos já perspectivados, alguns deles já percorridos… Mas é apenas um exercício que me afasta, entretanto, da “responsabilidade solitária” que me pertence… Tentativas frustradas de encontrar nos “Outros Eus”, a resposta ao caminho a escolher…
Aqui só eu existo enquanto objecto de movimento… de mudança… São inúteis todas as investidas à resposta do “Outro”…

Eu aqui e agora…? Que sinto?! Pássaro sem rumo! Perdido entre estações...