quinta-feira, 24 de junho de 2010

Quem disse que somos livres?

...ando por aqui a tentar ocupar o tempo, pois esta semana tem sido tudo, menos produtiva no que respeita ao meu contributo para com a comunidade, missão que deveria ser sentida por qualquer funcionário público... contudo, quando se termina um grande projecto (sei agora...), a sensação de vazio instala-se... a pressão que outrora me alimentou a motivação e a garra dissipou-se... e a tão enervante "calma" destabilizou-me por completo... Não sou, de facto, um Ser dotado do gosto pela quietude e remanso... mas é assim que me sinto agora... e existem situações, às quais não consigo aplicar uma lógica que me satisfaça... não me contemporizo às respostas "mudas"... Contudo, algo de novo e tranquilizante habita o meu Eu... a capacidade de observar mais e deixar que as "verdades" se soltem sozinhas... e logo surjam puras... Esquisito, não? Mas funciona a seu tempo... Fico à espera!

Mas não foi este desabafo que me levou a clicar em "Nova Mensagem"... voltando à minha viagem da "ocupação do tempo", decidi espreitar outros blogs e descobri um, em que uma rapariga falava de reencarnação. Confessava a sua creditação em tal "processo"... enfim... após ler e reler, revi muitas outras opiniões, por coincidência, todas elas de mulheres. O que mais me intriga, é a incessante procura da desresponsabilização dos Eus, no que respeita aos acontecimentos nas suas vidas... Tudo serve! A Reencarnação, O Destino, A Má Sorte... enfim... uma infinita lista de "bodes expiatórios" nas suas vidas... Seremos todos vítimas de algo ou de alguém? Não somos minimamente responsáveis pelos grandes infortúnios que nos assolam a alma e o coração? Será mais fácil aceitar o tal "destino" achando que "se me aconteceu, é porque estava escrito e tinha de ser, porque faz parte da minha passagem por este mundo e um dia serei recompensada por todo este sofrimento...". Sim. Respeito. Mas esta perspectiva não faz justiça à enorme dádiva que é a vida... Prefiro pensar e sentir essa dádiva enquanto uma adversária constante... jogadora compulsiva, com a particularidade de nos dar sempre a honra de iniciar a partida... e tal como dizia Freud "Somos feitos de carne, mas temos de viver como se fôssemos de ferro."
Sejamos realistas quando a ocasião assim o exige.
Sejamos honestos com nós próprios.
Sejamos suficientemente conscientes dos possíveis "rácios" das "equações" que decidimos construir.
Sejamos conscientes das nossas fraquezas e das nossas potencialidades.
Gostemos de nós.
Sejamos o nosso maior fã.
A liberdade precipita-se no "vale" da estima do "Eu".

Em suma, cito: "O impulso de liberdade, portanto, é dirigido contra formas e exigências específicas da civilização ou contra a civilização em geral. Não parece que qualquer influência possa induzir o homem a transformar a sua natureza na de uma térmita. Indubitavelmente, ele sempre defenderá a sua reivindicação à liberdade individual contra a vontade do grupo. Sigmund Freud.

O meu entendimento, diz-me então, que a maioria dos "Eus" anda "armado" contra o impulso da liberdade... Assim já entendo o porquê da projecção da culpa no "outro"...

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