"Os rotineiros racionam com a lógica dos outros. Disciplinados pelo desejo alheio, encaixam-se em seu escaninho social, e se catalogam, como recrutas, nas fileiras de um regimento. São dóceis à pressão do conjunto, maleáveis ao peso da opinião pública, que os aplaina, como inflexível laminador. Reduzidos a sombras inúteis, vivem do critério alheio; ignoram-se a si próprios, limitando-se a crer que são como os outros julgam. Os homens excelentes, ao invés, desdenham a opinião alheia na justa proporção em que respeitam a própria, sempre mais severa, ou a de seus iguais."
"O homem excelente é reconhecível, porque é capaz de renunciar a toda prebenta que tenha por preço uma partícula de sua dignidade. O gênio move-se em sua própria órbita, sem esperar sanções fictícias de ordem política, acadêmica ou mundana; revela-se pela perenidade da sua irradiação, como se sua vida fosse um perpétuo amanhecer."
Fonte: Livraria Paratodos, 1953
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