sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Cumplicidade…






Cumplicidade! Será que existe alguma frase extraordinariamente bem construída para definir este conceito…? Talvez! Mas eu desconheço…


A cumplicidade que entendo é uma dinâmica bilateral que por mais que tente colocar em prática, ainda não consegui que me fosse devolvida resposta que me satisfaça. Cumplicidade tal como a entendo, trata-se de um “contrato” (sentimental) que duas ou mais pessoas estabelecem, assentes no compromisso de lealdade, compreensão mútua, sentimentos e actuações recíprocas de protecção, cuidado, respeito…


Como se pode ver, é difícil escrever sobre aspectos caracterizadores deste termo… Prefiro então colocar o coração no lugar da semântica…


A cumplicidade sugere-me uma “actuação” de sentimentos que poderiam simplesmente apelar ao encontro de duas almas, cuja realidade e fantasia estariam entrosados numa parceria de cooperação mútua… A cumplicidade de que falo, reporta-se a compromissos de lealdade onde a própria palavra é dispensada dando lugar apenas às manifestações corporais de entendimento… de “mensagem recebida!”. Será possível que não hajam outros a sentir o mesmo que eu? Será possível que por mais que invista nesta dinâmica, os resultados “pós investida” se mostrem de tal forma contrários ao “acordado”…? Serei eu apenas ingénua ou viciada na utopia?


Não será possível duas almas cumprirem este compromisso, que aquando do seu surgimento parecia tão verdadeiro… sincero… para sempre?!


Não sei…! Mas os resultados apenas podem ser dois: Continuar a procurar e acreditar na existência de um Outro semelhante a mim, ou perder por completo esta necessidade de partilha… de cumplicidade, através do crescimento e solidez de sentimentos “menores” e embebidos de desconfiança!


Por enquanto prefiro investir e acreditar! Por enquanto vou continuar a acreditar que algures por aí, existirá um Outro semelhante a mim… amante das formas românticas e edílicas de olhar os corações… A fé no ser humano.

2 comentários:

Jorge disse...

Para mim cumplicidade é convivência em sintonia, um encontro constante em que as pessoas envolvidas conseguem ler no outro as suas forças e fraquezas, necessidades e sonhos. Cúmplices são aqueles que estão um para o outro independentemente das situações. Acredito no "para sempre", apesar de a vida me estar a tentar mostrar que nada é para sempre. Mas eu como sonhador agarro-me ao "para sempre"

Teresa disse...

Sim... entendo a perspectiva do "para sempre"... e não tem de deixar de o ser, apesar desse mesmo para sempre depender em parte do "outro" quando se fala em cumplicidade... daí a minha perspectiva... a minha busca, por enquanto incessante, da busca do meu cúmplice... que confesso já ter encontrado, mas não de forma total e plena... pelo menos aquela cumplicidade de falo no meu texto... As pessoas estão demasiadamente viciadas em perspectivas acessórias... o social... a imagem... o seu "Eu" vazio mas politicamente correcto...

Obrigada pelo teu comentário Jorge... beijo.