terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Inveja


Inveja…

Invejar… Invejar tem raiz no desejo… mas atenção! A Inveja tem duas faces… duas mães…

Concebo a inveja como um veneno auto-destrutivo e também potenciador de acção… movimento… seguir a linha…

Conheço pessoas que ao longo da vida se consumiram e se consomem pela inveja do “Outro”… da sua imagem, do seu sorriso, dos seus amigos, da sua capacidade de interagir com Outros… do seu sucesso, da sua beleza, do seu/sua companheiro/a…

Esta inveja mata por dentro! Seca a alma! Envelhece o rosto! Curva a postura! Não procura o encontro … Procura afastamento… destruição… destruição do objecto que lhe agonia os sentidos…

O invejoso nunca tem paz! O invejoso celebra a desgraça, a ruína… objecto da sua inveja… tem prazer em vê-lo mal, em vê-lo sofrer... ri por dentro enquanto lhe coloca a mão mentirosa no ombro e lhe manifesta uma falsa solidariedade…

É relativamente fácil detectar um invejoso… Basta seguir o seu olhar até ao objecto da sua atenção. É um olhar diferente… que se distingue de todos os outros… olhar comprometedor, indiscreto, acompanhado de poucas expressões... olhar cabisbaixo… alinhado com a sobrancelha… fixo!

Os invejosos… parecem inofensivos, mas são seres que se escondem na sombra… bastidores… atentos aos momentos que podem provocar sofrimento ao objecto invejado… Quando detectam o “odor” da vulnerabilidade, eles atacam astuciosamente, treinam o alvo, preparam a investida… e fazem sofrer de forma gratuita só pelo prazer de assistir ao desmoronar de tudo aquilo, para o qual nunca tiveram a força e a coragem para conquistar… ter para si…

Este invejoso é perigoso… mas nem todo o invejoso é igual… existe uma barreira entre o invejoso que deseja e conquista, e o invejoso que destrói… envenena… intoxica-se por dentro e tudo em seu redor… fracasso instalado… embebido de frustração…

O invejoso sonhador… esse não prejudica ninguém… pode até ser pouco criativo, mas procura alcançar os seus desejos, aquilo que aprecia nos outros, não inveja por maldade, inveja porque gosta do que vê no “Outro”… por que admira e esforça-se pela sua conquista…
Também é relativamente fácil distinguir estes dois invejosos…

Imaginem quando estamos felizes… aconteceu algo de bom, e naturalmente queremos partilhar com Outros… Nunca sentiram aquela sensação de alguém não conseguir manifestar alegria… até tenta, mas não consegue e por isso “retira-se”… movimentos evasivos… não suporta o sucesso, a alegria alheia… Nunca sentiram? Eu sinto! Observo! Os meus sentidos ficam alertas, mas por meros segundos… desvalorizo! Os meus olhos retomam a normalidade… “Respiram”… Suspiro… Aprendo!

Sejamos invejosos conquistadores! Invejosos crentes “no tudo é possível”… Invejosos empenhados no caminho a percorrer… nos objectivos a atingir… no sucesso pretendido… Ao invés de invejosos passamos a ser atentos às fontes inspiradoras… passamos de admiradores a admirados… tornamo-nos, nós também, fontes de inspiração…

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