terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Vida…



Nos últimos tempos, aliás… nos últimos anos tenho sentido que a vida não é bem aquilo que pensava ser… a vida será para uns um bem adquirido e perpétuo… para outros uma actividade diária de sobrevivência… para outros ainda… apenas um “Eu” que existo…
A forma como olho a vida sugere-me decisões muito práticas quanto à sua gestão, quando penso também em objectivos práticos… acontecimentos que posso imaginar possíveis, talvez… basta pensar no que é que estamos dispostos a fazer para alcançar os tais objectivos… Aqui haverá espaço à imaginação …!


Algo que tenho vindo a praticar… é a “desvalorização” de certos e determinados temas mais populares e conhecidos como valores sociais… valores que condicionam todas as formas do ser humano obedecer à sua condição animal e selvagem… homem bicho… predador… vivente e sobrevivente entre os outros animais…
… aqui moram todos os temas que gosto e que me convidam ao inigualável exercício de pensar… às vezes não gosto… por vezes fujo!
Fugir de si próprio! … o pior dos exercícios físicos e mentais que já experimentei… Aqui não existe espaço à fuga! Prisão perpétua…

A fuga, por si mesma, representa uma tentativa frustrada de enganar e dissuadir o pensamento… esse exercício rebelde que teima persistentemente em afirmar a liberdade… a sua grande musa! A liberdade que todos nós (seres animais) teimamos em delimitar em nome do bem comum… (lindas palavras!) Pois! Mas qual bem comum? Alguém por acaso me diz o que é o bem comum? Quem se deu ao direito de dizer o que é bom para mim? Quem com legitimidade comprovada (por quem?) se permitiu ao exercício da avaliação daquilo que me faz bem… daquilo que penso… da minha vontade…

AHAHHHHHAAA…!!! por vezes sinto-me uma verdadeira lapa que se quer libertar da rocha, por não a considerar a única forma capaz de lhe permitir a sobrevivência e o equilíbrio … Aqui há espaço à conquista!

Quem me disse um dia que tinha de ser assim, quando eu perguntava: “porque não de outra forma?” Este pensamento têm-me acompanhado pela vida num movimento de vai e vem… num movimento de incertezas, de dúvidas… de não-aceitação do tão nobre “bem comum”! Aqui há espaço à… indisciplina…?!

Poderia agora falar de outro aspecto que muito me seduz… a capacidade incrivelmente apurada de utilizar as milhentas formas subtis de brincar (á séria!) ao “Eu não!
Eu não! Nunca! Não, não, não!!! Eu não! Eu? Nãaaao…!!

… esta, é uma daquelas imperfeitas “arestas” humanas caracterizadoras da existência de humildade em baixa, que o tempo e a experiencia dificilmente conseguem “limar”(na maioria dos “Eus”). A consciência da falha! A consciência da pobre matéria de que são feitas as nossas previsões… as nossas certezas…


Há quem ache, que o conteúdo de que é feito a vida do Outro, nunca será o seu conteúdo… Há quem ache que se consegue isentar dos imprevistos… das falhas de cálculo… da má percepção… enfim… tudo aquilo que preenche a maior parte da nossa existência… o carácter humano da efectividade… as imprevisões e as imensas reservas que vamos fazendo quando nos deparamos com o sentimento que nos apela às “inversões de marcha” e ao “estacionamento”… Aqui cabe a prudência, a sensatez… o livre exercício de se (re) pensar…

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