segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Movimentos do “Eu” e do “Outro”…


Os movimentos de mudança… de progresso interior, são questões que inevitavelmente partem de todos os “Eus”… Esperar que seja o “Outro” a ditar-me o itinerário da minha vida será certamente um movimento de auto-desresponsabilização… de passividade, de “tu conduzes”…


Não! Obrigada, mas Não!


Não há mais lugares junto à cobardia e às velhas fragilidades! Luzes! Acção! Está a rodar!


É a vida que está aqui! Sempre esteve… Que estive eu a fazer, onde foi que parei e porquê?! A auto-censura sim! É saudável… invoca o equilíbrio, a reflexão… Mas… contemplar o “fado da desgraçadinha dos pés descalços?” do “sou tão coitada, infeliz, filha do infortúnio e da má sorte?
Não obrigada! Prefiro “lamber as feridas” e seguir em frente, deixando os lamentos (que já ninguém suporta) para os “agarrados” ao “Outro”… os verdadeiros dependentes… dependentes daquilo que “outros” terão ou não para lhes dar… Que lástima… viver da míngua… do “…não reparaste que estou aqui?” É ter-se vocação para sombra… vivendo à margem do desejo, viver sonhando, viver imaginando como era bom se fosse de outra forma…
Aqui, com certeza cabem todas as probabilidades de uma vida sem “Eu”, sem significado, sem existência…


Contudo, atenção aos mais astuciosos, ardilosos, ladinos… aquelas “cópias não autenticadas” dos destituídos de vontade e verdadeiramente frágeis… os Manipuladores… aqueles “Eus”, que sem que se dê por isso, nos atingem a alma e o coração, pela sua capacidade inata de gerir os sentimentos do “Outro”… Montar a armadilha! Preparar o golpe… Esperar pacientemente pelo “odor” da fragilidade da sua vítima e atacar! Atacar, mas de forma doce e quase imperceptível à percepção alheia… O doce veneno… Só “Eles” sabem das suas verdadeiras intenções”!


Antídoto? Aprender a ler todos os movimentos do corpo de quem fala… observar-lhe as mãos, os paços, a boca, a direcção do seu olhar, penetrar nos seus olhos e fazer silêncio… deixá-lo continuar até ao ponto em que não será necessário fazer quaisquer perguntas… Sim! Eu acredito no poder do olhar penetrante, da escuta activa, no silêncio ensurdecedor…


O manipulador nunca actua sozinho!


O manipulador alimenta-se da fragilidade manifestada pela sua vítima... O manipulador ri, chora, adoece, fica triste, fica alegre, ajuda, promete, elogia, “dá” oportunidades únicas (quase sempre de encontro aos desejos da vítima), é amigo, meigo, exageradamente preocupado, especialmente atento, particularmente interessado… tem sempre consigo as soluções para os problemas… Ele é insuperável…


Mas apenas nas palavras! Depois de sugar a sua vítima, de obter os seus intentos, arranja novas estratégias e artimanhas para justificar o que em regra não cumpre… O movimento da verdade…! A essência que nos conduz às escolhas conscientes… As decisões livres!

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